Nos dias de hoje, a vida das pessoas está
intimamente ligada e dependente do uso das novas tecnologias quer em termos
pessoais quer profissionais. As novidades que a tecnologia trouxe para a
modernidade a partir das décadas de 60 e 70, tal qual a possibilidade de
remixagem de textos, utilização de técnicas literárias como cópia-colagem, o
advento da internet entre outros, geraram diversos debates sobre
questões sociais. Neste contexto, durante a década de 80, novos termos como cibercultura,
proposto por Pierre Lévy e ciberespaço, por William
Gibson, surgiram.
Cibercultura é a cultura que surgiu e continua a evoluir a partir do uso da rede de computadores que revoluciona os meios de comunicação através de computadores. É também o estudo de vários fenómenos sociais associados à internet e outras novas formas de comunicação em rede,
como as comunidades on-line,
jogos de multi-utilizadores , jogos sociais, chat´s, blogues e inclui questões relacionadas à
identidade, privacidade e formação de rede. Conforme Pierre Lévy a
emergência da cibercultura provoca uma mudança radical no imaginário humano, transformando a natureza
das relações dos homens com a tecnologia e entre si.
O conceito de cibercultura é trabalhado de
forma diferente por muitos autores e embora existam quatro linhas de análise do
conceito - utópica, informativa, antropológica e epistemológica, Pierre Lévy perceciona o conceito de forma utópica, referindo-se ao
advento de novas mídias e como estes influenciam a sociedade, formando
subculturas.
A velocidade
e facilidade com que ocorre a comunicação virtual entre as pessoas, no
denominado ciberespaço , fomenta a partilha de funções cognitivas como a memória, a percepção e a aprendizagem. Por outro lado, o equilíbrio entre os dois opostos - cooperação vs competição - proporciona uma
maior produção do conhecimento com oportunidade
de auto-organização através do que Lévy define como inteligência coletiva. O
uso da internet criou indubitavelmente um espaço de fluxo comunicacional, um mundo
permeado pela tecnologia, que influencia as formas de sociabilidade na medida
em que o Ciberespaço não veio eliminar
outros meios de comunicação, mas apenas possibilita formas mais práticas de
conhecimento, de relacionamento e interação.
Para Lévy, a essência da cibercultura é
paradoxal, pois a Internet é "universal sem totalidade", ou seja,
ela não encerra em si mesma um significado pois o “universo de informações”
circulantes é alimentado pelo indivíduo É
neste sentido que o autor nos redireciona para a ideia de "segundo dilúvio",
originalmente concebida por Roy Ascott, que consiste no estabelecimento de um
paralelo entre a atual explosão de informações, possível graças ao enorme desenvolvimento
das telecomunicações (incluindo a Internet), e o dilúvio bíblico. Metaforicamente,
tal como Noé, sentimo-nos a naufragar num oceano informacional ao navegar pela
internet,
sem saber que informações essenciais devemos selecionar para guardar na nossa “arca”.
No entanto, esse segundo dilúvio nunca cessará e como tal, com um espírito aberto e receptivo à mudança,
temos de preparar as novas gerações para
selecionarem a informação em função das várias arcas que coexistem no
ciberespaço .
“O segundo dilúvio não terá fim. Não há nenhum fundo sólido sob o oceano de informações. Devemos aceitá-lo como nossa nova condição. Temos que ensinar nossos filhos a nadar, a flutuar, talvez a navegar”.
Pierre Levy. Cibercultura. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora 34, 2000.p. 15
Concluindo, apesar da
incapacidade de cada um nadar contra ao dilúvio informacional, temos de ter noção
que o ciberespaço é pois “um dos
instrumentos privilegiados” para o suporte e desenvolvimento da inteligência
colectiva, e cada um de nós deve assumir a perspetiva de
que a responsabilidade da transformação, numa universalidade não totalizante, será sempre dos indivíduos, da
forma como se apropria das técnicas e do uso que lhes dá.
Tendo em conta o exposto, passo a exemplificar três "modelos" daquilo que incorpora o verdadeiro sentido de cibercultura:
Destes três exemplos dados, podemos salientar que facilitam a comunicação digital suportada pela internet onde, independentemente da idade e desde que tenha competência digital, qualquer indivíduo pode contribuir para o crescimento da sua identidade e para a "inteligência coletiva". Isto na medida em que são espaços virtuais que promovem o dinamismo comunicacional através da interação entre as pessoas, da pesquisa e da partilha e reformulação de informação.
Tendo em conta o exposto, passo a exemplificar três "modelos" daquilo que incorpora o verdadeiro sentido de cibercultura:
- Redes sociais (facebook, twitter, google +)
- Blogs
- Fóruns.
Concluindo,
com a sua obra, Pierre Lévy deu-nos uma visão positiva da cibercultura criada pelas sociedades, deixando bem claro que os caminhos futuros cabe a cada utilizador traçá-los e redefini-los. Apesar da incapacidade de cada um nadar contra ao dilúvio informacional, temos de ter noção que o ciberespaço é pois “um dos instrumentos privilegiados” para o suporte e desenvolvimento da inteligência colectiva, e cada um de nós deve assumir a perspetiva de que a responsabilidade da transformação, numa universalidade não totalizante, será sempre dos indivíduos, da forma como se apropria das técnicas e do uso que lhes dá.
com a sua obra, Pierre Lévy deu-nos uma visão positiva da cibercultura criada pelas sociedades, deixando bem claro que os caminhos futuros cabe a cada utilizador traçá-los e redefini-los. Apesar da incapacidade de cada um nadar contra ao dilúvio informacional, temos de ter noção que o ciberespaço é pois “um dos instrumentos privilegiados” para o suporte e desenvolvimento da inteligência colectiva, e cada um de nós deve assumir a perspetiva de que a responsabilidade da transformação, numa universalidade não totalizante, será sempre dos indivíduos, da forma como se apropria das técnicas e do uso que lhes dá.
Referências:
LÉVY, P. ( 2000).Cibercultura . São Paulo:Editora
Jornal da Ciência: www.jornaldaciencia.org.br (30/11/2013)
Entrevista Roda Viva (TV Cultura) sobre o 2º dilúvio: http://www.youtube.com/watch?
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